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“Mad Max: Fury Road”: Elementos únicos fazem o sucesso do filme

 O filme “Mad Max: Fury Road” foi indicado pela Academia (de Artes e Ciências Cinematográficas) em 10 de suas categorias, das quais ganhou “apenas” 6

A última premiação do Oscar fez muitas pessoas das redes expressarem diferentes reações, como alegria, comoção e surpresa. O principal motivo disso não foi a narrativa do evento feita por Chris Rock ou a apresentação emocionante da Lady Gaga, mas, sim, o último Mad Max lançado. O filme foi indicado pela Academia (de Artes e Ciências Cinematográficas) em 10 de suas categorias, das quais ganhou “apenas” seis.

Aos que ficaram surpresos, o primeiro filme Mad Max foi lançado em 1979, onde iniciava a sua trilogia, junto à carreira do ator Mel Gibson, que ganhou o papel principal. A ideia do filme é captar como seria um mundo pós apocalíptico, onde os suprimentos são escassos e a humanidade está em colapso, sobrevivendo sob a paisagem desértica que é plano de fundo dessa narrativa. Para os amantes de “Mad Max”, “Mad Max – The Road Warrior” e “Mad Max – Beyond Thunderdome” (com a diva Tina Turner), a premiação foi comovente.

O último “Mad Max – Fury Road” se despediu de Mel Gibson e, em seu lugar, o diretor George Miller trabalhou com Tom Hardy e um elenco incrível. O enredo não é o ponto forte deste longa metragem, gira em torno da fuga da Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) com as parteiras da Cidadela, cidade comandada pelo poderoso Immortal Joe (Hugh Keays, que interpretou Toecutter no primeiro filme da trilogia, há 36 anos atrás), um tipo de messias.

Além da Imperatriz Furiosa e das parteiras que reproduziam com Immortal Joe em busca de filhos perfeitos que pudessem acompanhar o pai no comando, a cidade contava com a lealdade dos Garotos de Guerra (War Boys), que fariam qualquer coisa para passar dignamente para Valhala, um espécie de vida após a morte: “Eu vivo, eu morro, eu vivo de novo”.

O mais interessante é a criatividade lapidada sobre conceitos comuns como escambo, escravidão, passagem da vida para um plano espiritual, império e feminismo. O filme trabalha bem a ideia da troca de suprimentos e nomeia cada lugar comumente: Cidadela, Fazenda de Balas, Vale do Combustível, Vale Verde das Mil Mães, que faz o espectador facilmente distinguir uma da outra através dos diálogos, além dos bordões criados.

O filme traz Max e outros humanos sendo tratados como escravos, verdadeiras bolsas de sangue humanas, em gaiolas de ferros enormes, para que pudessem compartilhar o sangue aos Garotos de Guerra doentes, sem fugir.

A alimentação de toda a população é feita através de leite (diretamente de mulheres que geram leite o tempo todo para máquinas) e um pouco de canibalismo, de certa forma justificando como todos conseguem viver sem nenhum tipo de reforço alimentar.

Com tantas mulheres em ação, trabalhando de diferentes formas, é explícito o conceito feminista da produção. O foco principal é uma imperatriz, que é mulher, as parteiras estão sendo libertadas da escravidão da reprodução, entre outros elementos.

As cenas são impressionantes, estéticamente únicas, muito disso se deve pelo pouco uso da computação gráfica, que torna tudo mais real e também pela maquiagem perfeita e figurinos detalhadamente produzidos com conceito fortemente influênciado pela estética “Steam Punk” usados pelo elenco. O tratamento minuscioso nos detalhes dos carros e própria produção dos mesmos é algo para se tirar o chápeu, cada personagem que forma a trama tem uma costumização diferente.

A trilha sonora assinada por Tom Holkenbore axa Junkie XL é basicamente instrumental, mas a direção traz com o personagem “Coma Doof Warrior” uma pitada de Heavy Metal em suas cenas, chamando a atenção por ser um guitarrista preso a cabos de aço em um caminhão cheio de amplificadores e sua guitarra inusitadamente solta fogo.

Diferentemente do primeiro filme, o último trouxe um orçamento de U$100 a U$150 milhões de dólares, os quais George Miller apostou em elementos de ouro. As ações dos veículos como as motos fazendo manobras em sincronia lembram festivais de moto cross. Além de outras cenas que fazem você mergulhar de cabeça no deserto. Durante todas as explosões muitos equipamentos são destruídos, mas nada passa em branco, existem objetos importante sendo recuperados durante o filme, o que deixa ainda mais claro como cada coisa foi tratada como uma peça única.

O que certamente frustra é o final, no qual o espectador nesse momento já pega mais pipoca e refrigerante, por pensar que vai acontecer todo o maior sufoco novamente. Mas George Miller prepara, em pouco, tempo mortes e sobreviventes finalizando o filme.

Para os fãs de filmes de ação inteligentes Mad Max é exemplar e não decepciona, cada vez mais cativa outros públicos e olhares curiosos pela produção característica e elementos pesados.


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