Resenha: Dry – Enjoy The Fall
O grunge é um estilo que para muitos ficou imortalizado nos anos 90 tendo como auge Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e toda a turma de Seattle, berço do estilo que veio ao mundo. A maioria das bandas se encontra na ativa até o presente momento, mas cada uma criou sua identidade, inovaram a sua maneira. Aqui no Brasil temos o Dry, banda que investe em um som moderno, mas com tendências explícitas do século passado, mostrando muita originalidade e carisma.
Os caras conseguem destilar um som bem peculiar e instigante, simplesmente pelo fato de ter a essência grunge e não copiar a quem já se consagrou dentro do estilo. O disco “Enjoy The Fall” mescla puramente em todos os sentidos, consegue passar um sentimento ao ouvinte, passa uma sensação de rebeldia que outrora existiu e certo conforto a quem repudia a rebeldia.

Impecável a forma como a banda deu vida a um álbum bastante envolvente. O peso das guitarras emaranhadas a melancolia e agressividade. A parte de cozinha é completamente “old-school” e o talento que Marco Bauer possui em suas cordas vocais é realmente memorável, pois impõe seu estilo próprio e passa longe de linhas clichês.
São treze músicas que não deixam a desejar, mostrando muito peso e profissionalismo, coisa que a faixa de abertura “Lost My Mind” e sequente “Trapped” mostram de fato, destacando muito as linhas de baixo e a acentuação de voz e coros nos refrãos. “I Don’t Know” segue em uma pegada mais ácida e arrastada com bastante peso, tendo um belo trabalho de guitarras. Cantada com um timbre um pouco mais carregado (vale ressaltar realmente a qualidade de Marco), “Rearview Mirror” pode ser considerada o carro chefe do disco, pois nela se encontra sim um genuíno grunge único da banda.
Entrando “em uma espécie de “segunda parte” do debut, “Lessons” e ‘Gasoline” entram em uma pegada um pouco mais diferente e com certas nuances alternativas, mas logo se percebe a identidade da dos caras nas variações de ritmos. “The Wave” segue uma linha um pouco psicodélica, muito interessante, algo que pode ser encontrado também na porosa “11’”.
Encerrando o disco, “Way Home” é uma semi acústica bem marcante e “Six Toes” finaliza o compilado com um belo riff de início e um bom trabalho da cozinha, mostrando muita destreza nos instrumentos. Enfim, se gosta de uma pegada diferente e original, o Dry te dará o caminho.
Nota: 09
Músicas:
- Lost My Mind
- Trapped
- I Don’t Know
- Dung Beetle
- Rearview Mirror
- Lessons
- Gasoline
- Hideout
- The Wave
- She
- 11’
- Way Home
- Six Toes
Integrantes:
- Marco Bauer – Vocal
- Pedro Bernardi-Noleto – Guitarra
- Gustavo Gontijo – Baixo
- Augusto Zimiani – Bateria
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