“The End” – o fim do Black Sabbath?
“The End” (o fim). E assim, os criadores do Heavy Metal passaram para “se despedir”, no último domingo dia 05/12/2016 no estádio do Morumbi em São Paulo. Com a mesma formação (quase original) da última passagem pelo país em 2013, porém dessa vez com um set-list apenas com clássicos.
Para abrir tivemos a banda Doctor Pheabes. Um show curto com pouca energia e musicalmente fraco para quem costuma fazer a abertura dos grandes há algum tempo. Na sequencia, os americanos do Rival Sons apresentaram seu competente rock com pegada setentista, divulgando o seu álbum mais recente “Hollow Bones”. Ótimos músicos e apresentação consistente, mesmo com pouca produção.
Após breve intervalo, a noite se aproximou. Nos P.A.s uma risada “sacana”. Era ele mesmo, Mr. Ozzy Osbourne, já dando a deixa de que estava por ali. Com breve introdução no telão gigante, surge ao palco o todo poderoso Black Sabbath com a música que leva o nome da banda. O som foi decente – apesar de relatos negativos de quem ficou principalmente nas arquibancadas. Veio pesado e empolgou. A chuva torrencial não atrapalhou a animação do público que lotou o local.
O baterista Tommy Clufetos, já conhecido por sua excelente performance não deixou por menos. Tocou pesado como deve ser fazendo jus à vaga originalmente ocupada por Bill Ward. Geezer Butler esteve sólido como sempre, e levantou a galera principalmente com seu solo de baixo na introdução de “N.I.B”. O bastante ovacionado Tonny Iommi – provavelmente o pai do que conhecemos por “Metal” – entregou o que todos queriam: riffs pesados com o timbre marcante de sua Gibson SG. Já Ozzy é jogo ganho. Seu carisma sobressai sua dificuldade em cantar as músicas, com a devida afinação. Era nítido que lia as letras na maior parte do tempo. Mas isto é apenas uma observação técnica. Ele arrancava sorrisos da galera que o obedecia o tempo todo quando dizia: “let me see your hands” (deixem eu ver suas mãos), ou “can´t funckin´ hear ya”(eu não consigo ouvir, porra).
Se for realmente o fim, o tempo irá dizer. Os quase 50 anos de estrada cobram fisicamente. O show foi relativamente breve e direto com 13 músicas apenas. Talvez não seja mais realmente o fim do começo (“The End Of The Beginning” como diz a música), mas se for apenas o começo do fim os fãs certamente continuaram presentes. Se o Sabbath “decretou” o começo do Heavy Metal tomara que eles não tenham o poder de anunciar o fim do estilo. Valeu muito a emoção.
Set-list:
- Black Sabbath
- Fairies Wear Boots
- After Forever
- Into the Void
- Snowblind
- War Pigs
- Behind the Wall of Sleep
- N.I.B.
- Rat Salad
- Iron Man
- Dirty Women
- Children of the Grave
Bis:
Paranoid
Texto: Rodrigo Flausino
Revisão: Paula Alecio
- Resenha do debut autointitulado da RF Force – hardrock brazuca - 19 de janeiro de 2022
- Lives Rock&Metal Nacional: Tchaina entrevista Mercic - 5 de junho de 2021
- Metal Sem Fronteira: A Belga Primal Creation - 29 de maio de 2021