Resenha: Daydream XI – The Grand Disguise
Quando nós falamos de Heavy Metal e suas vertentes em nosso país com certeza podemos nos orgulhar sempre, pois a cada ano surgem bandas que realmente irão representar muito bem nossa terra mundo a fora, um exemplo bastante claro é o Daydream XI. Os gaúchos “confeccionaram” um disco muito acima da média, produzindo um Prog Metal realmente cativante e arrebatador.
A banda está em seu primeiro debut e logo de cara conseguiram mostrar como realmente é forte e cativante o trabalho apresentado aqui. Desde a arte da capa que é uma verdadeira obra prima até o último acorde nota-se muito profissionalismo e entrosamento, pois se propuseram a investir em uma pegada realmente desafiadora, pois o risco de se tornar cansativo e previsível é grande, mas a banda consegue sem muito esforço trabalhar de forma natural e instigando o ouvinte a descobrir cada música no disco.

O trabalho instrumental encontrado aqui é limpo e objetivo. O grande Tiago Masseti (vocalista) tem um timbre bastante acentuado e sabe muito bem usar os agudos no momento certo e sem exagerar na dose, chegando a lembrar em alguns momentos Andre Matos (Angra, Shaaman). O trabalho das guitarras são bem detalhados, uma excelente rítmica e ótimos riffs, sem esquecer também dos solos que são de pura técnica e agilidade. O que mais impressiona em uma banda de Prog Metal é o “casamento” baixo/bateria, quesitos que se não forem bem feitos, tudo vai de maneira desastrosa, mas essa cozinha feita por Tomás Gonzaga (Baixo) e Bruno Giordano (bateria) é de pura responsabilidade e profissionalismo, impressiona e muito o sincronismo e a consistência mantida durante todo o disco.
As onze faixas mostram quão grande é a originalidade e talento do grupo, a prova disso se dá a faixa de abertura “Keeping The Dream Alive” que apresenta e muito bem uma aula de riff’s e um vocal impecável. A faixa seguinte “Like Darkness Rules The Night” já se mostra mais cadenciada e com um peso a mais tanto em riff’s quanto em vocal, pois o vocalista consegue mudar o timbre com muita facilidade, música que contém um belo refrão. “Watch Me Rise” é empolgante e rápida, com uma excelente escala do baixo e riff’s velozes e galopantes, chegando a lembrar da fase “Rebirth” do Angra.
A variação contida no disco é realmente impressionante, pois “The Guts Of Hell” se inicia arrastada e vai “progredindo” e ganhando peso, grande destaque para a bateria consistente. A semi balada “The Age Of Sadness” se mostra ser em partes a mais “tranquila” do disco, com um belo trabalho de teclados.
“Phoenix” se consiste em uma bela sincronia entre baixo, bateria e teclado, acompanhado por riff’s bem precisos dando uma quebrada durante o refrão e mudando de forma interessante o rumo da música. “Zero Days” e “Alone” são duas canções intensas e bem diferentes, uma bem forte e homogênea e outra uma excelente balada com um solo acompanhado por um belo violão dedilhado. Encerrando esse que entra na lista de um dos melhores discos do ano, temos a faixa título “The Grand Disguise” que vai do Heavy Metal tradicional ao Prog investido em todo o disco, nela engloba tudo aquilo que se propuseram a fazer, pois é uma faixa de quase vinte e cinco minutos e que não se deixa cansar. O Daydream XI mostra muita competência e originalidade ao fazer sua música. Esse disco renderá bons frutos a banda. Trabalho de primeira!
Nota: 10
Músicas:
- Keeping The Dream Alive
- Like Darkness Rules The Night
- Watch Me Rise
- The Guts Of Hell
- The Age Of Sadness
- Wings Of Destruction
- About Life And Its Ending
- Phoenix
- Zero Days
- Alone
- The Grand Disguise
Membros:
- Tiago Masseti (Vocals/Guitars)
- Marcelo Pereira (Guitars)
- Tomás Gonzaga (Bass)
- Bruno Giordano (Drums)
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